O MERCADO IMOBILIÁRIO SE AJUSTA À DEMANDA

Sinais de melhora do mercado imobiliário da capital e da região metropolitana de São Paulo (RMSP) foram registrados entre junho e julho: o número de imóveis novos vendidos avançou 65,3%, de 3.468 para 5.731, segundo pesquisa do Secovi. É uma indicação de ajuste do mercado ao aumento de custos, refletido nos preços do m2 de área construída. Parece ter havido uma reviravolta no mercado, a ser confirmada nas próximas pesquisas. Houve aumento da oferta de apartamentos de dois dormitórios, os lançamentos cresceram nas cidades vizinhas a São Paulo (+149,2%), em especial em Barueri, Santo André e Diadema, mas diminuíram na capital (-8,5%). Até maio, os lançamentos nos 38 municípios da RMSP (menos a capital) vinham caindo expressivamente. Mesmo com os resultados de julho, na comparação entre os períodos de janeiro a julho de 2011 e 2012, as vendas de imóveis novos na RMSP registram queda de 36,8%, enquanto as vendas de imóveis novos na capital recuaram apenas 5,1%. Nas cidades da RMSP, os imóveis de dois dormitórios representaram 84,07% das vendas e, incluída a capital, o porcentual foi de 72,6%, muito superior ao de 52% registrado em junho. Enquanto isso, caíam os lançamentos de imóveis de três dormitórios. Esse é o resultado da necessidade de adequar a oferta à renda dos mutuários. Com a escassez (e o custo) de terrenos na capital, aliada às dificuldades de aprovação de plantas, os incorporadores preferiram construir nas cidades vizinhas porque os terrenos custam menos. Indiretamente, isso se comprova pelo montante de vendas, de R$ 7,6 bilhões, entre janeiro e julho de 2011, e de R$ 6,9 bilhões, no mesmo período deste ano. A concentração da oferta na RMSP não é isenta de problemas, pois tem implicações nas políticas urbanas, ao exigir mais investimentos em infraestrutura pelas cidades vizinhas e deslocamentos da residência para o trabalho, pois muitos adquirentes trabalham na capital. Sazonalmente, o mercado imobiliário é mais forte no segundo semestre, que responde por 60% a 65% das vendas anuais, segundo o Secovi. Essa tendência, conforme os primeiros indicadores, persistirá neste ano, favorecida pela redução de tributos sobre materiais de construção, diminuição dos juros básicos e da remuneração das cadernetas de poupança (que fornecem recursos para o crédito imobiliário), além da queda de custos dos empréstimos, em razão do aumento da concorrência.

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