O MERCADO ESTARIA ERRADO SOBRE A PDG? – VEJA A SITUAÇÃO DA INCORPORADORA

A companhia tem dado passos, desde 2012, para tentar reestruturar suas contas mas o esforço não tem surtido efeito no mercado: a ação da companhia marca seu 4° ano seguido de queda e deve encerrar 2014 como uma das piores da Bolsa
Há pouco mais de três anos, a PDG Realty partiu para o tudo ou nada para tentar sair da dramática situação que se encontrava: naquele ano, a empresa deu um prejuízo de R$ 2,177 bilhões, com atraso em mais da metade das 30 mil unidades que estavam previstas para serem entregues. A entrada da gestora de recursos Vinci Partners em 2012, que injetou R$ 486 milhões na companhia, foi parte crucial desse processo de reestruturação, que tem como estratégia principal a volta da rentabilidade através de cortes de custos e entrega dos projetos das safras antigas.
Neste ano, as atenções da empresa estão focadas na continuidade da entrega dos projetos da gestão anterior, na geração de caixa e, principalmente, no direcionamento desses recursos para reduzir a alavancagem. A companhia começou a gerar caixa no terceiro trimestre de 2014, e a expectativa é que esse volume seja crescente, à medida que ocorrem as entregas dos empreendimentos e os repasses dos recebíveis dos clientes. “Os números do quarto trimestre indicam grande geração de caixa no ano”, diz o presidente da PDG.

Piani reitera a expectativa de geração de caixa da ordem de bilhões em 2015. Parte das dívidas com vencimento no ano serão quitadas com esses recursos, e outra parcela, rolada. “No ano passado, tivemos apoio incondicional dos bancos. Não há nenhuma dívida vencendo no momento”, diz. O próximo vencimento está previsto para março. No fim de setembro de 2014, a relação entre dívida líquida e patrimônio líquido da PDG era de 139%. Sem considerar o financiamento à produção, a alavancagem era de 60,4%.
Ao assumir a gestão da PDG, Piani e o diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Marco Racy Kheirallah, depararam-se com a situação da empresa mais complicada do que esperava. Na divulgação dos resultados do quarto trimestre daquele ano, a PDG reportou estouro de orçamento de R$ 1,4 bilhão. Desde então, a arrumação da casa incluiu redução de tamanho da companhia, cancelamento de projetos, corte de pessoal – nos dois primeiros anos da nova gestão, o número de funcionários caiu de 12 mil para cinco mil -, diminuição dos mercados de atuação e conclusão de boa parte dos projetos antigos.
Depois de apresentar R$ 9 bilhões ao mercado em 2011, a PDG lançou R$ 1,76 bilhão em 2012 e R$ 2 bilhões em 2013. No ano passado, o Valor Geral de Vendas (VGV) lançado caiu 30%, para R$ 1,4 bilhão. Os números são muito distantes do patamar de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões que a PDG informou, em março de 2013, ter a intenção de lançar em 2015. “Ninguém é maior do que o mercado. Entre março de 2013 e janeiro de 2015, a situação do mercado é muito diferente, e temos de nos adequar”, afirma.
Sem sinalizar um novo prazo, o executivo diz que o lançamento de R$ 5 bilhões ainda é possível, mas “num ambiente de mais pujança no setor de incorporação”. Piani afirma que a companhia “pode ser maior do que é hoje”, mas não há meta de lançamentos para o ano.
Nos últimos dias, as ações da PDG tiveram forte queda na BM&FBovespa. Ontem, os papéis caíram 5%, para R$ 0,57. Na semana, a redução acumulada é de 24% e, no mês, de 33,72%. “A reação do mercado de capitais é exagerada em alguns momentos”, diz o executivo da PDG. Piani afirma que o setor imobiliário está “melhor do que o mercado de capitais precifica”. “Não há nada no mercado de incorporação que justifique a mudança de percepção drástica do mercado de capitais”, acrescenta.
O executivo ressalta que a companhia está “melhor, mais eficiente, mais estruturada, com o time de executivos alinhados e menos complexa”. “Resolvemos dois terços dos 330 canteiros de obras.”
Piani disse ainda que a Vinci Partners, maior acionista da PDG, mantém seu compromisso com a empresa e que a gestora de recursos vem aumentando sua participação. Segundo ele, a substituição de Gilberto Sayão por Alessandro Horta na presidência da Vinci não traz nenhuma alteração para a PDG.
Com informações do Valor Econômico

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